“O Homem foi criado à ideia e à semelhança de Deus”, assim dizem os religiosos. Mas aqueles que detém o poder da criação não só podem como também devem criar seu próprio Deus, ou quem sabe um panteão inteiro.
Atenção: não continue lendo se você é um beato
A ideia de que Deus está acima de tudo e de todos e de que precisa ser adorado a todo instante acaba por criar uma barreira nas mentes mais religiosas. Para os beatos, é um sacrilégio não tratar Deus como o único criador.
O que não faz o menor sentido, se você considerar a criatividade inata de cada ser humano. Também somos excelentes inventores, nos aventurando nas densas e coloridas águas da imaginação.
Por isso mesmo podemos criar nossos próprios deuses, e analisar como se espalham, modificam a cultura e são adorados de formas que não podemos controlar.
As características do seu Deus
Seu Deus (Ou Deusa, ou ser sem identidade definida) pode ser baseado num sonho distante, numa filosofia de vida. Pode até mesmo ser o sincretismo de vários outros diversos deuses. Seja como for, você precisa ter todas de forma muito evidente na sua mente.
Você pode criar o seu Deus sozinho ou com a ajuda de outras pessoas. Apenas tenha cuidado com a energia envolvida no processo de criação. Suponho que a divindade do seu Deus é muito importante para você, então não prejudique isso com energias perniciosas.
Você pode pensar num Deus com características animais, humanas, ou até mesmo cósmicas, assim como Lovecraft. Faça desenhos, esculturas ou até mesmo use ferramentas de avatares que auxiliem na criação física deste Deus.
Se ele for apenas um conceito abstrato e filosófico, descreva bastante exatamente o que ele significa, de maneira clara, ainda que utilize parábolas ou metáforas.
Cosmogonia
Como este Deus surgiu? Mesmo que tenha sido apenas de você, dos seus sonhos, da sua criação, é importante que você descreva uma analogia. Pegue os elementos que realmente importam e que simbolizem o nascimento deste Deus.
O ambiente
Todo Deus, mesmo que seja apenas um conceito, precisa viver em algum tipo de ambiente. Caso não seja o seu caso, então descreva-o apenas como “O Vazio” ou alguma outra metáfora que seja inteligível para a mente humana.
Tenha em mente a morada deste Deus e seja capaz de descrevê-la com certa perfeição. Crie situações e parábolas a respeito do seu Deus. Como ele se comporta perante os outros Deus e as forma-pensamento? No que ele se difere?
O Culto
O que difere um Deus de outras formas-pensamento é que Deuses são adorados. Por isso, é essencial que você monte um pequeno culto para seu Deus.
Se haverá altar, como deve ser montado? Quais são as ferramentas mágicas que agradam este Deus? Quais são os símbolos e as oferendas que agradam este Deus?
Como ele será difundido
Deuses nascem quando passam a ser reconhecidos pela mente coletiva. Desta forma, você precisa de uma forma para difundir a palavra.
Para isso, você pode usar a técnica do hipersigilo. Uma boa dica é começar a cultuar o seu próprio Deus por si mesmo ou por um grupo confiável de amigos, publicando os resultados nas redes sociais.
A mente coletiva
Tenha em consideração: uma vez que seu Deus for apresentado para o público, logo suas características sofrerão algumas mudanças importantes. Isto acontece porque, assim que seu Deus é compartilhado, ele fará parte de uma egrégora e se tornará o resultado da mente coletiva.
Quem você é perante este Deus?
Será você apenas um profeta ou alguém que semeou este conceito? Você está à frente do culto ou apenas observando como o culto continua?
É importante, desde o princípio, que você saiba exatamente quem você é e se firme neste papel. Você não será capaz de controlar completamente tudo que acontece a respeito do seu Deus, mas será a parte mais atuante, o que é de suma importância.
A seguir: Dando vida ao seu Deus e alimentando a egrégora