Caos e Baphomet: o que têm em comum? Há muitas interpretações para ambos os termos, mas definitivamente precisamos ir além do óbvio, daquilo que exprime apenas confusão e desorientação. Muitos veem Magia do Caos como um evento novo, criado a partir de magistas psicodélicos e criativos.
Na ânsia por buscarem qual é a prática mágica raiz, esquecem que o Caos ao qual nos referimos é o Primordial, aquilo do qual tudo se originou, o que engloba qualquer prática: desde pink wicca até as mais tradicionais. Se Caos é o início de tudo, Baphomet é a soma das nossas consciências, segundo Peter Carroll.
Baphomet é o campo de energia psíquica gerado pela totalidade dos seres vivos neste planeta. Desde o aeon Xamânico, foi apresentado de diversas formas, como Pã, Pangenitor, Pamphage, Pai de Todos, Destruidor de Tudo, Como Shiva-Kali – falo criativo e mãe abominável e destruidora – como Abraxas – deus polimorfo que é tanto bom quanto mal – como o Diabo de cabeça animalesca do sexo da morte, como o maligno Arconte como este mundo, como Ishtar ou Astarte – Deusa do amor e da guerra – como o Anima Mundi ou alma do Mundo, ou simplesmente como “Deusa”. Outras representações incluem a Águia, ou Barão Samedi, ou Thanateros, ou Cernuno – o deus cornudo dos Celtas.
Inconsciente coletivo
Caos está estreitamente ligado à Baphomet, ou melhor, à forma cósmica de Baphomet. Há uma prática caótica, conhecida como A Missa do Caos, que invoca Baphomet. Já escrevemos a respeito aqui. Mas se Baphomet é a soma de todas as consciências, não teria um pouco a ver com o inconsciente coletivo descrito por Carl Jung?
Segundo ele, o inconsciente pessoal é formado por aquilo que reprimimos, e que podemos acessar durante o sonho; já o inconsciente coletivo é herdado, vindo de tudo aquilo que a humanidade compartilhou: lembranças, sensações, pensamentos. Herdamos o inconsciente coletivo. Mas Baphomet vai além disso, pois não representa apenas o passado, mas o que está sendo construindo inevitavelmente, todas as possibilidades do presente.
E Baphomet, sendo a soma das consciências, está intimamente ligado ao Caos, o Deus primordial. Quando nos tormamos cientes deste fato, entendemos finalmente a importância deste tipo de Magia e por que ela se torna tão popular. Ela não parou no tempo.
No pequeno espaço dentro da noofesra, no braço da espinha oeste da galáxia física, incorporada na tática esotérica que chamamos de “magia do caos”, Baphomet nos lembra do papel aeônico deste estilo de magia. Nós conjuramos por um mundo sustentável, pela aplicação de inovações que permitam que nossa espécie prospere.
O livro de Baphomet
Apocalipse
Neste ponto, fica impossível não ressaltarmos o livro Bruxaria Apocalíptica, de Peter Grey, que, dentre outros assuntos, justamente aborda a nossa gritante necessidade de olharmos para a vida na Terra com uma percepção mais crítica, especialmente no que diz respeito à ecologia. Em seu Manifesto, Grey nos convoca a guerrearmos a favor de Gaia, da força feminina, da Bruxaria em sua face mais selvagem.
Para isso, precisamos nos despir da moralidade imposta pelo Aeon monoteísta, que ainda impera no Aeon ateísta, porém disfarçada de muitas formas. Magia do Caos espanta justamente por seu nome, por sua insaciabilidade, por não estar travestida de elementos socialmente aceitáveis, usados por muitas religiões e tradicionais que são milenares, porém não primordiais.
Vayne e Wyrd, autores de O livro de Baphomet, se perguntam: “onde está a veneração sagrada do sexo, do princípio criativo, no nosso mundo moderno?” Se queremos prosperar enquanto espécie, é imperial nos despirmos da apatia. O sexo sagrado não é o que vende, mas aquele que empodera.
Novo Aeon
O novo Aeon será comandado por soldados do Caos. Soldados, aqui, em sentido metafórico, no sentido daqueles realmente devotados por uma causa. Os iluminados compreendem as ferramentas que são usadas contras as massas, e tomam tais ferramentas para si; compreendem como o futuro se desenrola, e tomam os fatos para si; compreendem como Magia funciona; e nunca lamentam as múltiplas fontes de conhecimento.
Caos e Baphomet, em uníssono, convocam os Iluminados para escreverem a nova História, embanhada nos Mistérios Xamânicos milenares, mas sem perder de vista o futuro implacável que é apenas possibilitado pelas novas tecnologias. O novo Aeon ressurge e cabe a cada um dos Iluminados reescrever o futuro implacável.
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