Você já parou para pensar nas questões éticas que envolvem sua prática mágicka? Será que você estabeleceu algum tipo de limite para si mesmo ou apenas segue as restrições impostas por terceiros?
Limites em religiões neopagãs
Há alguns limites conhecidos nas religiões neopagãs. Por exemplo, a lei Tríplice, comum na Wicca, implica que tudo o que você fizer retornará três vezes para você. Isso inclui muitas práticas controversas, tais como maldições, certos feitiços de amarração contra a vontade do alvo etc.
Uma vez que você se inicia nesta egrégora, você faz parte de um pacto. Trata-se de um contrato espiritual com a realidade, no qual você aceita a participar desta nova realidade, o que abrange tanto seus benefícios quanto suas leis.
Por um lado, você se beneficia da força desta egrégora e do conhecimento repassado para os integrantes dos covens. Por outro, você se submete às suas leis.
Muitos praticantes da Wicca se abstém de lançar maldições e até mesmo de responder um ataque mágicko com igual violência, justamente por temerem os resultados.
Mas há aqueles que dizem que algumas práticas malditas são justificadas em legítima defesa. Desde que nada seja feito com medo, o integrante deve prosseguir como quer.
Por isso, antes de se iniciar em qualquer vertente, leia bastante a respeito da comunidade na qual você deseja se integrar. Teste-as antes de aceitar qualquer ambiente que não esteja de acordo com suas crenças.
Limites dentro de sociedades mágickas
Aqui incluo qualquer tipo de grupo cujo objetivo final é a prática e/ou estudo em conjunto das artes mágickas.
Muitas sociedades estabalecem que seus praticantes não podem lançar feitiços entre si sem a permissão explícita dos mesmos. No entanto, na prática, por uma questão de poder, vingança ou simplesmente capricho, é possível que você se veja atacado até mesmo por quem deveria defender você.
Isto infelizmente acontece até mesmo em grupos que pretendem se tornar mais homogêneos e menos hierárquicos. Por isso, é importante que no fundo você sempre mantenha a guarda e o olhar atento. A prece: “orai e vigiai” cai muito bem aqui, apenas tenha cuidado com a paranoia.
Limites que você mesmo estabelece
Em Liber Null e Psiconauta, Peter Carroll nos dá um conselho que considero valioso: não faça magicalmente nada que você não faria pessoalmente. Isto é: não tente ferir uma pessoa magicalmente se você seria incapaz de bater nela pessoalmente etc.
Este conselho é reforçada pela visão de Tommie Kelly, que em seu canal de YouTube diz ser contra certos tipos de amarração ou tudo que não for consensual.
Alguns praticantes levam isso ao extremo, recusando-se até mesmo a enviar energias de cura sem a autorização do alvo. Mas será que esta visão está completamente correta?
A ética na magia
Para grandes magos, a máxima de ouro “não faça com os outros o que não quer que façam com você” é bastante evidente. E esta é uma ética admirável.
Por outro lado, levar qualquer coisa como uma lei absoluta é de fato um problema. Vivemos num universo de conflitos, nos quais muitas das manipulações se dão através do teste de força de poderes, de modo subliminar.
Por isso, mesmo que você não soque uma pessoa de fato na vida real, isso não significa que você seja completamente ruim ou antiético se for capaz de lhe enviar uma lição no mundo espiritual.
Os fins justificam os meios?
Aqui devemos nos perguntar que tipo de magistas somos. Eu tendo a me voltar mais para as artes maquiavélicas, especialmente se tiver algum bom argumento ou justificativa.
Muitos usam conceitos como moral e ética para que apenas eles continuem sendo imorais e antiéticos.
Noutras palavras, conflitos mentais são constantes, conexões são raras.