O dualismo permeia os caminhos mágickos, causando uma cissura com muitos nomes: mão direita e mão esquerda; magia branca e magia negra; luz e sombras; etc.
Há uma certa pressão para o magista escolha o seu personagem e passe a aderir a uma só corrente de pensamento: ou ele tem uma visão bonachona ou assume o seu egoísmo.
Ao escolher um caminho, ele passa a usar o mesmo léxico de palavras de seus companheiros, rejeitando assim a opção alheia. Ou seja, o mago acaba usando jargões típicos do seu grupo.
Se o mago escolhe a luz, muitas vezes torna-se moralista e enfadonho. Esses magos querem convencer a população de que todos são tão bonzinhos e caridosos quanto eles: que Magia é inofensiva e que tudo aquilo que ele rejeita na prática alheia é historicamente incorreto, pois na mente dele nada disso poderia existir.
Ele quer ser um mago imaculado, voltado para as artes de cura. Este mago se esquece que luz demais também cega.
Por outro lado, se o mago escolhe as trevas, ele se torna inconsequente e até mesmo inconveniente, tentando provar a todo custo que seu caminho é o mais interessante de todos.
O mago das trevas acha todo mundo hipócrita, exceto ele próprio. Pode tornar-se egoico por demais, apenas focado em acumular poder, falando sobre si mesmo o tempo todo e mostrando para o público o quão maravilhoso é.
O Mago Cinza
Há também, é claro, o Mago Cinza. O problema deste é simplesmente achar que está bem equilibrado, quando na verdade escolhe aquilo que lhe trará mais vantagem no final do dia.
O problema do mago cinza é tornar-se “o isentão da magia”, querendo esconder-se de problemas espinhosos e evitando posicionar-se de fato.
Este mago pode cair no erro da evidência suprimida, ou cherry picking em inglês, uma falácia. Trata-se de rejeitar certas questões e favorecer outras.
O Caminho Do Meio
O caminho do meio também pode ser bastante falacioso. Geralmente, os magos do meio prezam o “equilíbrio”, e aqui estamos diferenciando o Mago Cinza do Caminho do Meio porque muitos espiritualistas também seguem esta opção.
A falácia começa quando simplesmente o caminho do meio exige a supressão da sombra e não admite excessos, quando a magia cíclica demonstra que muitas vezes o excesso é necessário.
Por fim, a visão holística
A visão holística é mais desejável para o autoconhecimento, pois ela entende que tudo está conectado. Ela estuda o passado e prevê as probabilidades do vindouro.
O mago holístico pode ter seus momentos de isenção, de excessos e de profunda conexão com o todo. Ele está ligado as questões ambientais, mas também se preocupa com seu microcosmo, podendo ser visto até como egoísta as vezes.
A visão holística faz com que o Mago experimente cada uma das opções, de maneira isolada, mas ciente do resultado do todo.
E é por isso que afirmamos: a Magia do Caos pode explicar o universo da magia pelo dualismo, mas ela é, em essência, uma prática holística, em que o resultado final seja o Magista completo. Nem branco, nem negro, nem cinza.