Esta semana lançamos mais um livro: Palo Mayombe: O Jardim de Sangue e Ossos, escrito por Nicholaj de Mattos Frisvold, iniciado neste culto de matriz africana. É impossível tocarmos neste assunto sem comentar algo espinhoso que infelizmente envolve Palo Mayombe: o norte-americano Adolfo de Jesús Constanzo, serial killer.
Filho de uma cubana que imigrou para os Estados Unidos, Adolfo foi batizado no culto quando ainda tinha apenas alguns meses.
Segundo reza a lenda, o padre que o batizou teria dito que ele seria uma espécie de escolhido com muito poder.
Logo depois, sua mãe e ele se mudaram para Porto Rico, onde aprendeu mais sobre a religião. Ao retornar para os EUA, anos depois, ele continuou seu aprendizado em Little Avana, um bairro cubano de Miami.
É dito que sua mãe sacrificava animais, era temida como bruxa e cometia crimes, especialmente para resolver pendências jurídicas.
Seu jeito era sempre fazer entregas com sangue e partes de animais para aqueles que a perturbavam. Ela tampouco era uma mãe presente, tendo sido acusada de negligência. Adolfo começou seu caminhando invadindo cemitérios e fazendo bonecos de voodoo com sangue.
Afonso passou a ter contato com seu padrinho espiritual, Kadiempembe, o diabo de sua devoção. Após um ritual, Adolfo começou a devotar a si mesmo para o mal, rejeitando qualquer Deus e buscando lucro financeiro acima de tudo.
De mestre a assassino
Quando se tornou um mestre espiritual, seus poderes psíquicos ficaram notáveis para pessoas influentes da religião, assim como policiais, políticos e corruptos. Adolfo passou a ser adorado como semideus, o que lhe garantia muitos favores.
Adolfo então convenceu seus seguidores de que sacrifícios humanos seriam necessários para aumentar nganga, uma espécie de caldeirão do Palo Mayombe. Os assassinatos incluíam tortura, estupro e cânticos a satanás. Membros que violovam ordens de Adolfo também eram sacrificados.
Chegaram até mesmo a criar amuletos com partes das vítimas. É claro que o assunto se tornou manchete para a mídia sensacionalista, que passou a usar Palo Mayombe como sinônimo de sacrifício humano.
O livro Palo Mayombe: O Jardim de Sangue e Ossos procura justamente desmitificar tais associações, fazendo uma profunda análise sobre o que de fato prega este culto. Ainda que envolva ossos e sangue, não se trata de sacrifício humano, tortura nem tampouco mutilação. Infelizmente, é comum que pessoas inescrupulosas se afeiçoem com religiões tidas como “satanistas” para seus propósitos duvidosos. Portanto, conheça a verdadeira face de Palo Mayombe para tirar suas próprias conclusões.