2018 será mesmo o ano da justiça e da riqueza?

Dezembro chegou e além da música Então é Natal tocando nas lojas Americanas e do especial do Roberto Carlos na Rede Globo, é comum assistirmos vários espiritualistas YouTubers discutirem sobre as correspondências mágicas de 2018. Por ser um assunto do senso comum, acabam repetindo o mesmo que todos os outros.

Quais são os deuses e orixás regentes de 2018?  Quais cores serão mais usadas no momento da virada? Quantas uvas devemos comer para obter prosperidade? Como deve ser montada a ceia natalina? Este hábito de prever como será o próximo ano, especialmente nas áreas financeira e amorosa, já virou moda entre aqueles que querem atingir o grande público.

Veja bem, todo mundo está vibrando com as boas previsões que estão surgindo para o próximo ano. Júpiter e Xangô são os regentes principais. Ambos estão conectados à tempestade, à justiça e à prosperidade. Ambos estão envolvidos em expansão, afinal são considerados reis e autoridades supremas. Honestamente, quem é que não torce pra cair uma tempestade que lave o Congresso? Quem não quer ver o país crescer economicamente?

Tais correspondências levam à falácia de que tudo será resolvido a nível espiritual e de que poderemos fazer o mínimo esforço para enriquecer em 2018. Muitos já querem colocar o peso do verdadeiro trabalho nas mãos dos astros e dos orixás e esperam que a faxina venha de cima. Mas será mesmo que este pensamento não gera uma espécie de apatia dado o cenário político no qual estamos vivendo?

Longe de mim pintar de preto o azul anil e o dourado que comporão as vestes da maioria espiritualizada nesta virada. Apenas acho necessário colocar certas questões na mesa antes de terceirizarmos o problema. Afinal, Júpiter e Xangô falam de justiça, o que também inclui nossa omissão enquanto cidadãos. Muito mais que nos perguntarmos se teremos ou não mais dinheiro e oportunidades financeiras no próximo ano, devemos analisar qual é a nossa responsabilidade enquanto cidadãos brasileiros.

2018 também será um reflexo do que fizemos em 2017

2018 será um ano de eleições. Muitos preferirão se abster das urnas ou votarão novamente “no candidato menos pior”. A verdade é que o brasileiro médio está frustrado com os rumos da política, o que é compreensível. Entretanto, é preciso encararmos nossos problemas de frente. Vamos levantar a cabeça e lutar por um futuro mais digno e melhor. Esta luta precisa ser travada com consciência política.

Que salário mínimo queremos para os trabalhadores? Quem queremos ver no poder? Iremos lutar pela neutralidade da rede? Como faremos para obtermos preços justos e uma aposentadoria confortável? Ficaremos apenas xingando no Facebook e esperando os raios caírem do céu ou tomaremos a frente nesta batalha contra nossos direitos?

A questão da riqueza já foi tratada aqui algumas vezes. No texto As Cores da Magia: Magia Azulfalamos sobre o que é Magia envolvendo dinheiro e discutimos possíveis motivos pelos quais alguns magistas são pobres. Em Queimando Dinheiro Para Mudar o Mundo, analisamos que hoje em dia o principal sacrifício é nos desfazermos desta obsessão com o cúmulo.

Este texto em específico não está falando para sairmos queimando dinheiro e nem para desconsiderarmos os regentes de 2018. É preciso nutrirmos em nós mesmos a semente da justiça, aquela combativa. Tal como Peter Grey escreve em seu livro Bruxaria Apocalíptica. Tempos difíceis virão. Cabe a nós mudarmos o futuro. Afinal:

Nós somos a tempestade, o fogo e a inundação.

 

Peter Grey

 

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#ResistênciaMágica