A Penumbra é uma editora pequena e independente. E é claro que isso tem um lado bom e um lado ruim.
As vantagens do lado bom são muito maiores do que as desvantagens do lado ruim. Por exemplo, sendo pequenos, lançamos relativamente poucos livros, e podemos nos dar ao luxo de cuidar de todos eles com o mesmo carinho. Lançar poucos livros também significa escolher com critério – não precisamos comprometer a escolha dos títulos por causa de metas malucas de produção. Também podemos nos ater à nossa proposta – clássicos (novos e velhos) do ocultismo que nunca foram lançados no Brasil, e literatura nacional que siga essa temática. Não precisamos partir para livros de colorir, almanaques das bruxas, cura dos anjos quânticos, etc. Não recebemos milhares de pedidos por dia, e por isso podemos dar toda a atenção que nossos clientes merecem. É comum encontrarmos com clientes nossos por aí – nas livrarias, nos eventos, etc. – e acontecer um reconhecimento mútuo, muitas vezes pelo nome. Isso não tem preço.
Como eu disse, o lado bom é realmente muito bom. Se isso significa ser pequeno, quero que a Penumbra seja pequena para sempre. Mas não é só isso. Tem o lado ruim.
Assim como o lado bom, o lado ruim também é consequência direta do nosso tamanho. Com poucas pessoas na equipe, todo mundo faz muita falta. Férias e folgas, por exemplo, exigem planejamento com meses de antecedência. Nas vésperas de pré-venda, todo mundo tem que se virar para ajudar e dar conta do volume de pedidos muito além do normal. Mas até aí, é só trabalho duro, e nada mais. Nada de errado nisso.
O problema é quando o inesperado acontece. E aconteceu recentemente. Nos últimos meses, eu tive um baita problema de família. Meu pai, que mora em outro estado, teve uma série de problemas de saúde muito sérios. Fez um milhão de exames, passou por uma cirurgia complicadíssima e por três internações. Hoje ele está melhor, mas durante o processo de recuperação, demandou minha atenção quase exclusiva. Tudo isso aconteceu de repente, de forma muito inesperada, e eu não pude dar a atenção que vocês merecem.
E é por isso que recentemente as coisas saíram dos eixos na Penumbra. Aqui eu sou editor, tradutor, office boy, gerente financeiro e assistente de social media. Agora imagine uma empresa que de repente fica sem todos esses funcionários. Nosso site, que costumava receber no mínimo três textos semanais, ficou meio abandonado. Demorei para responder algumas pessoas que nos procuraram nas mídias sociais – e algumas talvez nem tenham sido respondidas. O nosso próximo lançamento – Aleister Crowley e o Deus Oculto, segundo livro do Kenneth Grant – atrasou. Também atrasamos a entrega de alguns (poucos) pedidos. E houve várias outras pequenas confusões, que não vale a pena mencionar.
Eu estou escrevendo isso por três motivos. Primeiro, para dar uma satisfação a vocês, leitores, colegas, amigos e parceiros, que não merecem ficar no escuro. Segundo, para pedir desculpas a quem ficou na mão, e agradecer a quem nos apoiou. Por último, mas não menos importante, para dizer que as coisas agora vão voltar ao normal. A partir de hoje, estamos de volta à nossa programação. E, é claro: assim que as coisas sossegarem um pouco, aguardem novidades!
Obrigado a todos,
Vinicius Ferreira