Os Manuscritos do Presidente Morto

Os Manuscritos do Presidente Morto

ou

Como John Fitzgerald Kennedy morreu pelos seus pecados!

ou

Mártir Fitzgerald, o quase-santo secreto Discordiano!

Por Laphroaig Al’Hazred

 

A primeira reação de muitas pessoas ao folhear o Principia Discordia é apenas rir e pensar: “ha ha, como tem gente que perde tempo com essas coisas!”. A primeira reação de quem realmente lê com atenção o Principia Discordia é: “Nossa, quanta bobagem, mas é engraçadinho!”. A reação de muitos Discordianos causada pela reação de muitas pessoas que folheiam e leem o Principia pela primeira vez é a de não se preocuparem! Eles sabem que essas foram exatamente essas as reações das pessoas quando folhearam e leram pela primeiras vez outros livros religiosos como a Bíblia, o Alcorão e a sessão de Cartas da Revista Penthouse. A grande diferença é que o Principia foi o único livro sagrado honesto o suficiente para instruir seus leitores a nunca acreditar em nada do que você lê!

Bem, 52 anos depois de sua primeira publicação, nós vamos revelar algo em que, ao contrário do resto do material publicado no Principia, você não vai conseguir não acreditar. Prepare-se. Evite comer um pão de cachorro quente e deixe esta informação afundar em sua glândula pineal!

 

ATENÇÃO! CASO NÃO TENHA NOTADO, TODO ESTE TEXTO DIZ RESPEITO AO LIVRO PRINCIPA DISCORDIA. CASO NÃO O TENHA LIDO AINDA, LEIA-O. CASO CONTRÁRIO, VOCÊ NÃO VAI ENTENDER MUITAS COISAS E VAI SE ASSOMBRAR COM MUITAS COISAS SEM SABER O PORQUÊ – e isso pode ser meio chato!

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As Edições do Principia Discordia

Na página 00075 de nosso Livro Sagrado, encontramos uma breve descrição histórica do pedigree das publicações existentes sobre o pergaminho que você deveria já ter em suas mãos. Neste relato aprendemos que:

Sendo esta a 4ª edição, Março de 1970, São Francisco; uma revisão da 3ª Edição de 500 cópias, lançada em Tampa em 1969; que revisou a 2ª Edição de 100 cópias de Los Angeles em 1969; que foi uma revisão de PRINCIPIA DISCORDIA ou COMO O OESTE PERDEU, publicado em Nova Orleans em 1965 em cinco cópias, quase todas perdidas por aí.

Isto parece apenas ser uma citação inventada para envolver o nascimento do Principia Discordia em mito, lenda e faz de contas. Mas não é!

Pela primeira vez na história deste texto, será revelado o destino que se abateu sobre ao menos uma das cinco cópias de 1965, e como este acontecimento influenciou a religião que todo homem, mulher e criança livre deveria seguir!

Toda Lenda tem um Começo

Em 1965, o Principia Discordia foi publicado em uma edição ultralimitada de 5, e apenas 5* cópias, e lançadas no domínio público para ver que confusão elas poderiam causar. Seu título original não era o hoje conhecido e famoso “Principa Discordia ou Como Encontrei a Deusa E O Que Fiz Com Ela Quando A Encontrei”. O título original, como circulado na época era bem mais curto: “Principia Discordia Ou Como o Oeste Perdeu”. Simples assim.

O maior problema com esta primeira edição é que um de seus criadores, Lorde Omar Ravenhurst – também conhecido como Kerry Wendell Thornley por sua mãe – era um jovem americano saudável. E, como tal, ele era contra coisas como o governo controlando a mente das pessoas, a Guerra do Vietnã, o capitalismo selvagem, a morte causada por soldados e pelas forças armadas e outros empreendimentos afins. Desta forma ele se envolvia com filosofias orientais, com a produção de materiais de contra-cultura e com pessoas que também eram contra essas mesmas coisas. E por ser jovem e por ser americano, ele foi convocado a fazer parte do exército, que lutava em guerras como a do Vietnã, ajudando a manter o estilo de vida capitalista americano.

E assim, quando Thornley completou 20 anos de idade, nasceu Lorde Omar, e foi nesta época que ele conheceu Malaclypse o Jovem – também conhecido como Mal-2. Foi também nessa época que ele serviu por um curto período de tempo como operador de radar na Estação Aérea do Corpo de Fuzileiros Navais El Toro em Santa Ana, na Califórnia. Lá ele conheceu e trabalhou junto com Lee Harvey Oswald – que também seria conhecido como o monstro que mataria sozinho o então presidente John F. Kennedy em 1963.

Malaclypse e Lee Harvey Oswald – BFFs?

Os dois compartilhavam muitos interesses e pontos de vista em assuntos como sociedade, cultura, literatura e política. Sempre que seus turnos os colocavam trabalhando juntos, discutiam alegremente obras como 1984 de George Orwell e o Marxismo. Talvez não tenha sido surpresa para Lorde Omar quando ouviu notícias de que, em 1959, Oswald havia desertado para o exército russo, e em 1962 Lorde Omar Ravenhurst terminou de escrever seu livro Idle Warriors (Guerreiros Ociosos), o único livro escrito sobre Lee Harvey Oswald antes do assassinato de Kennedy.

O que talvez tenha sido uma baita surpresa para Lorde Omar, foi o governo americano aparecer batendo em sua porta, após o assassinato de Kennedy, e o intimar a testemunhar perante a Comissão Warren em Washington em maio de 1964 – a comissão também aproveitou para confiscar o manuscrito sobre Oswald e o acondicionou nos Arquivos Nacionais, onde o livro permaneceu impublicado até o ano de 1991.

Sem Conspiração Não Tem Graça

Mas em um belo dia, Lee Harvey Oswald (ou terá sido o Comediante? ou o Canceroso?) largou essa bobagem de exército russo e resolveu matar o presidente Kennedy.

As coisas ficaram interessantes de verdade quando o Procurador do Estado Jim Garrison afirmou ter certeza da existência de uma conspiração sediada em Nova Orleans com o objetivo de assassinar o presidente. Ele intimou nosso Lorde Omar a aparecer perante o Grande Júri americano para explicar a todos o que rolava de verdade entre ele e Lee Harvey Oswald (além de outras figuras que Garrisson tinha certeza que faziam parte da conspiração). Os Caracinza e Lorde Omar entraram em debates que se estenderam por anos, e muitos documentos escritos por Lorde Omar foram confiscados, armazenados, embalados, abrigados e enviados para o que ficou conhecido como os Arquivos do Assassinato!

E assim, pelo menos uma das 5 versões originais do Principia foi confiscada. Foi arquivada. Foi esquecida. Até 2006, quando um humilde servo da Deusa, o Reverendo DrJon, custou em acreditar no que estava diante de seus olhos cansados. Ele estava diante de um número de referência em um arquivo escaneado de uma cópia de algo incrível. Um documento que passara mais de 30 anos dormindo dentro de um cofre em Maryland. Naquela folha em particular, um código de acesso. No mesmo instante, o Reverendo DrJon entrou em contato com o Reverendo Karl Musser, que calhou de estar nas redondezas daquele cofre! E, de mão em mão, ouvido em ouvido, cópias escaneadas em cópias escaneadas, os manuscritos do presidente morto chegaram às mãos deste humilde servo da Deusa!

E assim, o assassinato de John F. Kennedy acabou conseguindo preservar um pedaço da história da Deusa, que provavelmente teria se perdido com os anos. Assim como toda religião precisa de um cisma, todo livro sagrado precisa de textos apócrifos, e toda fé também precisa de um mártir para imortalizá-la. Salve Éris, salve São Gulik, Salve Fitzgerald**!

 

[*] TODAS AS COISAS OCORREM EM CINCOS, OU SÃO DIVISÍVEIS POR OU MÚLTIPLOS DE CINCO, OU SÃO DE ALGUMA FORMA DIRETAMENTE OU INDIRETAMENTE RELACIONADAS A 5. – Principia Discordia, p. 00016

[**] Nós preferimos clamar por Fitzgerald. É uma nome muito mais místico do que simplesmente Kennedy!

Os Manuscritos do Presidente Morto

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