Litha é o Sabbat que ocorre logo depois de Beltane na Roda do Ano. A não ser que você more em Roraima, Amapá ou no extremo norte do Amazonas ou do Pará, essa data marca o dia mais longo e a noite mais curta do ano. Em termos astronômicos (não astrológicos), esse evento é também conhecido como Solstício de Verão.
O Oposto do Natal
O simbolismo do Natal é o do renascimento do Sol após um longo período de decadência. O Natal no mundo inteiro é comemorado logo na sequência da data que corresponde ao Yule do hemisfério norte. Litha é a data oposta a Yule, e tem o significado exatamente oposto.
Todo pináculo, todo clímax, prenuncia seu anticlímax. E com Litha não é diferente. Marcando o dia mais longo do ano, é evidente que o dia seguinte já inicia uma trajetória descendente do Sol. Astronomicamente, Litha é o ponto em que o Sol começa a morrer. De acordo com Kenneth Grant, em O Renascer da Magia, o Sol que nasce nesse solstício é o deus solar encolhido, ou anão. Ou seja: Set. Portanto, Litha é também uma data importante no calendário dos seguidores da Corrente Tifoniana.
Isso quer dizer que nós, habitantes do hemisfério sul, comemoramos o Natal na data errada. Na verdade, no hemisfério norte, Litha bate exatamente com o Dia de São João. Se fôssemos levar a ferro e fogo, nossas festas juninas deveriam acontecer no fim do ano – o meio do verão. Mas tudo bem, são só comemorações cristãs, que deixaram de lado qualquer significado real muito tempo atrás.
Nem Tudo é Decadência
Apesar de marcar o início da trajetória descendente do Sol, Litha tem motivos para ser comemorado. Nas tradições pagãs modernas, é uma das quatro principais celebrações. Representa o ponto em que o Deus chegou em seu auge, e a Deusa está gestando o novo Deus, que há de nascer no próximo Yule. O fato de que o Deus está começando a morrer não deve ser lamentado. Afinal, esses acontecimentos são cíclicos, e daqui a meio ano haverá um nascimento a se comemorar.
No antigo Egito, o Solstício de Verão marcava o ponto em que o Nilo enchia, inundando suas margens de lama fértil. Esse acontecimento anual tornava a terra seca apta a ser cultivada. Era uma etapa fundamental para a sobrevivência de uma sociedade fundamentalmente agrícola. O solstício marcava a promessa de nova vida na terra.
A Origem do Nome Litha
Ao contrário de outros nomes de Sabbats, Litha não recebe seu nome de nenhuma divindade pagã. É o antigo nome anglo-saxão para o mês em que o solstício de verão ocorre – Junho, no hemisfério norte. Aparece no manuscrito De Temporum Ratione, atribuído ao Venerável Beda, um monge inglês do século VII. Originalmente, sua grafia é Liða, e a palavra significa, literalmente, suave ou navegável. Trata-se de uma referência aos ventos nesta época do ano.
Comemorações de Litha
Quer ter uma ideia de como são as celebrações de Litha? Pense nas festas juninas. Grandes fogueiras, representando o auge do poder solar, podem ser acesas. É uma forma de ampliar o poder do sol para amenizar o inverno que entra.
Também como forma de comemorar esse ponto de poder solar máximo, é comum organizar jogos e competições amigáveis, como forma de celebrar o corpo.
O poder mágico solar está no seu máximo em Litha, o que faz dessa data uma ótima ocasião para se lançar feitiços de natureza fálico-solar.
Apesar de não tratar de neopaganismo, O Renascer da Magia, de Kenneth Grant, fala da importância dessa data para povos da antiguidade, como os egípcios, e aborda o simbolismo astronômico inerente a este acontecimento.
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