A Origem de LAM
Em 1919, Aleister Crowley mostrou uma curiosa ilustração ao mundo pela primeira vez, numa exposição em Nova Iorque. Na ocasião, não deu muitos detalhes sobre do que se tratava, mas a chamou de LAM, ou O Caminho. Na década de 1910, ainda não havíamos sido inundados por relatos de contatos imediatos e por obras de ficção científica, e o conceito de Greys ainda não era conhecido.
LAM foi investigado magicamente mais a fundo, e há quem creia que se trate de uma inteligência de fora desta Terra. Com o passar das décadas, sua semelhança com os famosos alienígenas cinzentos tornou-se inegável. E resta a questão: LAM é extraterrestre? De carne e osso ou apenas uma inteligência desencarnada?
Pouco foi dito pelo próprio Crowley sobre o processo criativo deste curioso retrato, mas anos depois ele veio a dizer que foi desenhado a partir de um modelo vivo. Foi feito na época em que realizava sua notória Operação de Amalantrah, em 1918. Nesta mesma operação, Crowley teria supostamente recebido a verdadeira escrita do nome Baphomet.
O Simbolismo de LAM
“LAM é a palavra Tibetana para Caminho ou Rota, e LAMA é Aquele que Vai, o título específico dos Deuses do Egito, o Trilhador do Caminho, na fraseologia Budista. Seu valor numérico é 71, o número deste livro.”
Aleister Crowley, Liber LXXI
O simbolismo do Ovo permeou toda a Operação de Amalantrah, e é notório o formato ovalado da cabeça de LAM no retrato de Crowley.
Outro simbolismo presente na figura de LAM é um ankh estilizado em seu rosto – como discutido em O Renascer da Magia, o ankh é uma representação das alças de uma sandália, e é um símbolo das partidas. Portanto, faz sentido o nome de LAM, ou LAMA. Curiosamente, o valor numérico do ankh é também 71.
Investigando A Fundo
Kenneth Grant recebeu o desenho de LAM das mãos de Crowley em 1945, no período em que foi seu aprendiz. Esta transmissão foi feita após uma série de trabalhos astrais realizados conjuntamente pelos dois.
De acordo com Grant, após maiores investigações sobre a natureza de LAM, tornou-se evidente que trata-se de uma inteligência peter-humana, como é o caso de Aiwass. O trabalho de sua Ordem Tifoniana trata, entre outros temas, do tráfego com tais entidades. Há conjuntos de instruções desta Ordem para comunicação com LAM. Entre outras preparações, a imagem reproduzida em O Renascer da Magia pode ser usada como foco visual, e o som LAM deve ser usado como mantra. Entre as formas de comunhão com LAM, está a entrada no Ovo.
Teria LAM sido um alienígena de uma estrela distante que tentou se comunicar com a Terra? Seria ele apenas uma inteligência não-humana, mas não necessariamente alienígena, que entrou em contato com Crowley? Seria apenas uma manifestação subconsciente? Uma mentira deslavada? Talvez a melhor forma de encontrar respostas para estas perguntas seja tentar entrar em contato com esta inteligência por conta própria, chegando à sua própria verdade – que, aliás, não precisa ser absoluta.
Sendo parte importante de sua obra mágica, o contato com LAM é abordado em vários trabalhos de Kenneth Grant. Seu primeiro livro a tocar no assunto é O Renascer da Magia (disponível em português pela editora Penumbra), que traz uma reprodução da clássica ilustração de Crowley. Esta obra também traz mais detalhes sobre a Operação de Amalantrah. Em Cults of the Shadow e Outside the Circles of Time (ainda inéditos no Brasil), Grant se aprofunda mais nos temas ao redor de LAM.