Gênese da Corrente Tifoniana
Kenneth Grant foi o responsável por criar a Corrente Tifoniana como a conhecemos hoje. Esta criação foi fruto das influências de Aleister Crowley (de quem foi secretário particular), tradições tântricas então pouco conhecidas no ocidente, tradições de origem africana, Austin Osman Spare, entre outros.
Mas o que é a tal Corrente Tifoniana?
O trabalho de Grant na Loja Nu-Isis era focado no tráfego com inteligências extraterrenas. Os conhecimentos recebidos em comunicações com estas inteligências foi a base das Trilogias Tifonianas.
Como evidenciado pelo nome, a Corrente Tifoniana está relacionada ao culto de Tífon. Para os gregos antigos, Tífon era o líder dos titãs, filho de Gaia e Tártaro. Mas era na mitologia egípcia que Kenneth Grant mais se inspirou – em particular nas interpretações do egiptólogo esotérico Gerald Massey.
Na mitologia grega, Tífon era um titã claramente masculino. Grant, no entanto, o identificava com Taurt, a Deusa egípcia primordial. Taurt é representada como uma fêmea grávida de hipopótamo. É também relacionada à constelação Ursa Maior – de onde vem sua identificação com Tífon. De acordo com Grant, é a senhora das sete estrelas do norte, e mãe de Sirius e Set.
Na aurora da humanidade, o papel do masculino na reprodução era desconhecido – toda a fertilidade era associada ao feminino. Isto fez com que as divindades primordiais fossem todas femininas. Entre elas estava a deusa primordial identificada com Tífon. Em certo ponto da história, a necessidade do masculino na reprodução foi identificada, e divindades masculinas passaram a figurar. Logo a adoração do masculino superou a do feminino. A adoração do feminino passou então a ser demonizada. Este mais antigo dos cultos é o que Grant veio identificar como a Corrente Tifoniana.
Os Opositores
Os seguidores da Corrente Tifoniana passaram então a ser considerados como opositores. No Egito, os seguidores de Set-Tífon, em eterna batalha com Hórus, eram perseguidos. No mundo judaico-cristão, Tífon foi associado com Shaitan, ou Satã – o Opositor.
O que o Opositor faz, de fato, é ir contra o poder estabelecido. E o poder estabelecido, nos últimos milênios na Terra, preza pela ignorância das massas. E o Opositor oferece conhecimento. A Corrente Tifoniana está também ligada ao conhecimento oculto e proibido. Este conhecimento pode ser alcançado pela expansão da consciência. Esta expansão leva a resultados inesperados, como o tráfego com inteligências de além fora deste plano.
Grant agregou a antiga tradição Tifoniana com os ensinamentos Thelêmicos de Crowley, com o Tantra oriental e a comunicação com inteligências extraplanares e trouxe aos nossos tempos a roupagem atualizada da Corrente Tifoniana.
O Renascer da Magia
O Renascer da Magia, o primeiro volume das Trilogias Tifonianas, discute os conceitos fundamentais da Corrente Tifoniana. Kenneth Grant relata as origens da Corrente Tifoniana e sua recente redescoberta no século XX. Sendo ele próprio um seguidor da corrente, Grant mostra um retrato claro desta mistura única dos mais antigos cultos do planeta com Thelema e inteligências extraplanares.
Veja também:
O Legado de Kenneth Grant – Aossic e Crowley
O Legado de Kenneth Grant – Um Novo Tantra
O Legado de Kenneth Grant – Loja Nu-Isis
O Legado de Kenneth Grant – Arte, Lovecraft e o Oculto
O Legado de Kenneth Grant – Reverberações Infinitas