Apesar do Cristianismo ter se tornado a religião dominante e do ateísmo estar comendo pelas beiradas há algum tempo, a Europa não esqueceu suas raízes no paganismo. Nos mais diversos países europeus, as datas festivas pagãs são comemoradas até hoje. Muitas destas comemorações envolvem fantasias elaboradas que representam alguma entidade ou aspecto importante para a celebração em questão.
O fotógrafo Charles Fréger viajou a Europa conhecendo e fotografando as fantasias mais incríveis, que transformam homens comuns, membros das comunidades locais, em deuses e demônios, mesmo que só por um dia.
-
-
Nos festivais de Primavera nos Pirineus, homens se vestem de ursos levantando de sua hibernação. O urso é simbólico da morte e ressurreição que ocorrem no inverno.
-
-
Esta roupa parece um pouco mais autêntica do que a anterior.
-
-
Os Caretos, em Portugal, andam pelas vilas em direção a uma fogueira onde figuras humanas são queimadas.
-
-
Na Áustria, o povo coleta líquem para criar um “Homem Selvagem”, figura central de seu Carnaval.
-
-
A Fera dos Estalos desfila pela Itália na Quarta-Feira de Cinzas.
-
-
O Zezengorri é uma figura típica do Carnaval na Espanha.
-
-
Juan Tramposo é um arruaceiro que participa do Carnaval na Espanha.
-
-
Um Sauvage celebra o Carnaval na Suíca
-
-
Na Alemanha, o Strohmann é uma figura recorrente.
-
-
O companheiro de S. Nicolau na República Tcheca é a figura da Morte.
-
-
Aqui o Bom Velhinho traz presentes para as crianças boas. Na Áustria, S. Nicolau vem acompanhado de demônios para assustar as crianças más.
-
-
O Krampus é figura central do folclore natalino na Áustria.
-
-
Mais um demônio natalino para assombrar as crianças, o Eve Pelzmärtle da Alemanha chega a bater nas crianças más!
-
-
Pessoas se vestem de alces para celebrar o Ano Novo na Romênia.
-
-
Já na Polônia, figuras conhecidas como Madiculas celebram o Ano Novo.
-
-
Na Bulgária, os Kukeri vestem peles de cabra para assustar (e incorporar) demônios malignos no Ano Novo.
-
-
Na Itália, a figura conhecida como Boes celebra o Dia de Santo Antônio.
-
-
Na Escócia, o Burryman coleta todas as flores do seu traje, e se encaminha para o centro da cidade, aceitando oferendas de uísque (lógico!).
É inevitável que boa parte da simbologia do paganismo esteja “contaminada” pelo cristianismo, após milênios de coexistência. Muitas destas festividades pagãs ocorrem concomitantemente com datas cristãs, como o Natal e o Carnaval. Mas, em última análise, estas datas já eram celebradas pelo paganismo em suas diversas manifestações, apenas com outros nomes.
E será que as pessoas que se vestem e celebram estes festivais realmente mantém esta crença no paganismo antigo? Será que acreditam que manter as tradições é fundamental para se ter colheitas favoráveis e gado saudável? A maioria não acredita conscientemente, mas as celebrações se mantêm ao longo dos milênios, “por via das dúvidas”…
Via National Geographic.
Relacionado