As quatro principais armas mágicas são a Baqueta, a Taça, a Espada e o Pentáculo. Há diversas outras armas, mas estas são as tradicionalmente representadas no Arcano I, o Mago do tarô. Começaremos esta série sobre as armas mágicas discutindo a Baqueta – também conhecida como varinha, bastão, etc.
Todo magista que se preze usa alguma espécie de baqueta, inclusive na ficção – Harry Potter, Merlin, Gandalf, a Fada Madrinha da Disney, e até os mágicos de palco. Os exemplos são inúmeros. E a baqueta é sempre retratada como o meio pelo qual os feitiços ocorrem. Isto não é mero acaso – esta arma é o meio para a manifestação da vontade do magista. Segundo Aleister Crowley, a Baqueta é a arma mais importante do Mago.
O simbolismo da baqueta é claramente fálico. O falo é um veículo da Vontade. Equivale aos Bastões do tarô ou Paus do baralho comum. Seu elemento é o fogo, o elemento da Vontade. De acordo com Kenneth Grant, em O Renascer da Magia,
“O poder de manifestação da Consciência (…) é tipificado pelo Falo (…), que é a ligação entre o mundo ideal da Subjetividade Absoluta e o mundo real da Objetividade Concreta (…).”
O poder fálico age em dissonância com (e muitas vezes até mesmo em oposição à) vontade do não iniciado, que está sujeito aos seus caprichos. O iniciado, por outro lado, dominou seu poder fálico e o usa para alcançar sua Vontade.
De acordo com Crowley, o descobrimento da do objetivo supremo de cada um é essencial para o sucesso do mago. Obter sucesso em qualquer ato em desacordo com este objetivo só serve para torna-lo ainda mais distante. Portanto, a Vontade precisa ser treinada. Esta é a operação mágica da baqueta.
O mago aspirante precisa criar uma baqueta para si, mas esta não precisa necessariamente ter existência física objetiva, ser um acessório para decorar o altar. A verdadeira criação da baqueta é o treinamento adequado da Vontade Mágica.
Crowley, em seu Liber ABA, ou Livro Quatro, Parte II, descreve todas as armas mágicas em detalhes. No caso especial da baqueta, apresenta uma série de reflexões e exercícios que devem ser considerados por qualquer um que deseje se lançar à Grande Obra da Magia.
A seção de livros raros da loja da Penumbra Livros está com um exemplar raríssimo do Livro Quatro, Parte II, em Português, com tradução do próprio Marcelo Ramos Motta. Motta foi quem de fato introduziu a doutrina de Thelema no Brasil, muito antes de Paulo Coelho e Raul Seixas. Este exemplar é uma publicação da O.T.O. do Brasil, dificílimo de encontrar. Além disso, O Renascer da Magia, de Kenneth Grant, discute o simbolismo fálico da baqueta e suas aplicações na magia sexual, e também está disponível na loja.
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