A Mulher e a Besta

A Mulher e a Besta

“Todas as mitologias contêm o mistério da mulher e da besta como centro do culto.”

Aleister Crowley

Esta afirmação não é exagerada. A união entre o humano e o bestial se manifesta de formas distintas em diversas culturas, mas está sempre presente. A maioria dos Deuses do Egito antigo são animais antropomorfizados (ou seriam humanos com características animalescas?). Este mistério está presente até mesmo nos cultos monoteístas, e não é necessariamente representado de forma grotesca ou disforme. Um exemplo aparentemente inócuo é a imagem cristã da Virgem e da Pomba.

Esta união pode ser vista no Arcano XI, que mostra a Besta de Sete Cabeças cavalgada pela Mulher Escarlate. Esta união da Besta com Babalon está, inclusive, na Bíblia (Revelação 17:3-4). Antigas tribos do Himalaia buscavam a união sexual das suas mulheres com os macacos da região, com a intenção de trazer à luz um Deus. Em Creta, na Grécia antiga, os sacerdotes de Ápis pretendiam gerar um Minotauro através da união de mulheres com touros.

Frequentemente, formas pouco ortodoxas de união sexual são usadas para obter objetivos mágicos. As variações incluem masturbação ritual, incesto, e até mesmo experiências químicas com fluidos corporais. Em relação, à bestialidade, Kenneth Grant explica:

“O ato sexual (nestes casos) pode ser elevado do nível de um ato animalesco ao humanizar a influência da Mãe, que, ao transmutar o fogo animal, produz uma criança que transcende tanto as qualidades bestiais quanto humanas de seus genitores.”

Kenneth Grant se aprofunda neste tema no segundo capítulo de O Renascer da Magia. Este capítulo descreve a natureza de alguns destes ritos bestiais, cita diversos exemplos famosos de união entre a Mulher e a Besta, e dá uma visão geral sobre diversas aplicações de Magia Sexual.

 

 

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