Lilith, A Rainha da Noite

Ainda que receba nomes distintos, o conceito de Lilith está presente nas mais diversas culturas, da antiguidade remota aos dias de hoje. Mais do que parte do mito da criação ou uma entidade com existência objetiva, ela também é uma das Qliphoth – o ponto mais baixo da Árvore do Conhecimento.

Algumas das primeiras referências a Lilith de que se tem registro vêm da Suméria, onde era conhecida apenas como Lil, uma força demoníaca das tormentas, e fortemente associada à Lua. O Zohar cita que ela procriou com o Adão Celeste, tendo dado origem ao Adão e Eva como os conhecemos. No Talmude, a história é um pouco diferente, e Lilith é representada como a primeira esposa de Adão, antes de Eva. A própria Bíblia dá margem à possibilidade de Adão ter tido outra companheira antes de Eva, em Gênesis 2.

Em todos estes mitos, Lilith representa a força feminina arrebatadora e incontida; a força da Terra que o homem não é capaz de controlar. É o princípio de geração e destruição incessante, muito similar a Kali, com seus aspectos bondosos e terríveis. E como tudo que não pode ser contido, as histórias transformaram este conceito em algo indesejável, algo a ser temido. Por isso, nos mitos abraâmicos, Lilith deixou de ser a companheira de Adão e foi exilada para as terras selvagens, passando a conviver com demônios, eventualmente se tornando sua rainha. A energia feminina domada e contida, considerada mais desejável pela sociedade patriarcal, passou a ser representada por Eva.

Este aspecto feminino incontrolável e isento de moralidade faz Lilith ser frequentemente representada como uma succubus, como uma energia vampírica. Um mito Egípcio conta que o deus Khepra colocou seu membro em sua mão, e se abraçou e amou sua própria sombra. Esta é uma das situações em que o conceito de Lilith está presente, mesmo que não seja citado nominalmente. Kenneth Grant descreve em mais detalhes os aspectos de Lilith como succubus ou vampira em O Renascer da Magia.

Lilith também é uma Qliphah. É a menos elevada entre as Qliphoth, sendo o outro lado de Malkuth. Malkuth se relaciona com o mundo material, físico, com manifestações objetivas e palpáveis da realidade. Lilith, por outro lado, engloba os aspectos existentes, mas não notados na realidade cotidiana; as partes mais reprimidas da consciência. Esta Qliphah se manifesta no sono, mas pode ser acessada por outros meios. Thomas Karlsson, em Cabala, Qliphoth e Magia Goética, se aprofunda nos aspectos desta Qliphah, e traz alguns métodos de acessá-la. Desvendar e acessar Lilith é um passo fundamental para estabelecer contato com o restante do Sitra Achra, o outro lado da Árvore da Vida.

Nossa loja disponibiliza alguns títulos que tratam deste tema: O Renascer da Magia explora os aspectos de Lilith como succubus ou energia vampírica; O Zohar trata dos mitos de criação de acordo com o misticismo judaico; e Cabala, Qliphoth e Magia Goética traz maiores explicações sobre esta Qliphah, e métodos práticos para sua exploração.

Veja também:

Gamaliel, Os Obscenos

Samael, O Veneno de Deus

A’Arab Zaraq, Os Corvos da Dispersão

Thagirion, Os Disputadores

Golachab, Os Flamejantes

Gha’agsheblah, Os Golpeadores

Lilith

Save

Save

Save

Save

Save