Começamos nossa série Religião Pop Comparada traçando um paralelo entre as entidades dos Mitos de Lovecraft e os Perpétuos de Neil Gailman. Já comparamos Cthulhu e Sonho, Azathoth e Delírio, e Yog-Sothoth e Destino. Desta vez, Hastur e Destruição serão nossos temas.
“A quantidade de entropia de qualquer sistema isolado tende a incrementar-se com o tempo, até alcançar um valor máximo”
Segunda Lei da Termodinâmica
Modus Operandi
Colocando em termos simples, Entropia é a quantidade de desordem. Negentropia (ou Sintropia), naturalmente, é seu oposto. Hastur e Destruição governam estes dois conceitos. Destruição nos trouxe a guerra, mas há cerca de 300 anos decidiu que não queria mais colaborar com a ativa destruição do mundo. Deste dia em diante, passou a criar. Adotou um cachorro, começou a pintar, e até organizava noites de culinária e violão flamenco. Hastur, em sua morada em Carcosa, viu bilhões de sistemas estelares serem consumidos, transformados em poeira estelar, e novamente convertidos em estruturas coerentes. Entropia e Negentropia, em um ciclo infinito.
Destruição foi o único Perpétuo a se afastar dos assuntos mundanos. Seus irmãos evitam até mesmo mencioná-lo. Hastur é o Magnum Innominandum – O Grande Inominável.
Aparência
Destruição usava armaduras e uniformes militares, enquanto Hastur é representado como uma monstruosidade cósmica letal, com garras afiadas como navalhas e tentáculos. Destruição trocou estas roupas de combate por roupas normais, cotidianas, coloridas. Hastur também assumiu uma representação antropomórfica, mais palatável ao nosso restrito imaginário: o temível Rei de Amarelo.
Hastur e Destruição vs Humanos
Quando uma pessoa comum se depara com o Rei de Amarelo, sua mente corre sério risco de ser destroçada. A contemplação de Hastur e de Destruição traz pensamentos de impermanência, mas também de criação a partir dos destroços. Entropia e Negentropia, os diversos aspectos de Kali – estes são os mistérios guardados (ou revelados) por Hastur e Destruição dos Perpétuos.
Peter J. Carroll em seu Epoch, traz aplicações mágicas das entidades dos mitos de Lovecraft. Kenneth Grant, em O Renascer da Magia, expões as semelhanças entre as inteligências presentes no culto de Crowley e os frutos da “imaginação” de Lovecraft.
Veja também:
Cthulhu vs. Sonho dos Perpétuos
Nyarlathotep vs. Desejo e Desespero